sábado, 28 de janeiro de 2012

Foi decido, assim do avesso.

Eu decidi deste jeito. Distanciar, te magoar com essa distancia, pra não ter forma de voltar. Pra nem te cumprimentar, ainda que fosse virtualmente. Tamanho é o ressentimento que a vingança se tornou sedutora. Da mesma forma como me seduziu, entrou e saiu da minha vida sem ao menos ter convite. Em todo caso, não aceito toda a culpa, temos que compartilhar até este incômodo sentimento.

Num equilibrado resumo, poderia lembrar que eu gostava daquele seu cabelo e da forma como você passava a mão levemente para ter certeza de que estava sempre no lugar. Eu gostava de olhar discretamente seus trejeitos e fingir que não notava a sua sandice. Gostava da forma como você se descabelava, toda vez que eu dizia que as suas cantoras favoritas não chegariam próximo do sucesso, porque elas não são como a Etta James, e como você enlouquecia quando eu dizia que nem todas as atrizes dos filmes do Almodóvar tem lá talento como tinha a Rita Hayworth, interpretando a impetuosa Gilda.

Seja como for, agora que seja. Como diria FHC: "Assim não pode, assim não dá!". Se antes não deu, agora que fique tudo bem guardado.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Não preciso de recibo.

Nunca mais repita que me adora. Nem que me quer, ou quão sou diferente, o tanto que me admiras, nem me prometas futuro. Eu não preciso de recibo. Eu não preciso desse seu velho clichê, devaneio nada original, como se fosse um recibo por uma transa, um cigarro e um vinho barato.

Muito estive a me questionar sobre se deveria escrever essas coisas. Muito resisti, muito recorri e vim parar aqui, enquanto enxugava uma lágrima que eu disse a mim mesmo que foi uma breve e pouca merda de lembrança que me veio a cabeça, se pendurou no pêndulo da minha ébria mente. Rápido disfarcei por vergonha, mas não entendi a validade do ato, a final, você não sabe disso.

Pois bem, lembrei de que na lista de a fazeres da semana passada, ficou esquecer você, mas eu prometo que faço isso ainda no começo desta semana. Vou colocar próximo a "Não comer porcarias a noite", com certeza eu vou esquecer. Ao cabo, já me esqueci de esquecer. Mas foi você quem me ganhou de presente, com laço e etiqueta de garantia, não estava prevista a devolução. Não estou a me resmungar, estou a balbuciar sobre as escolhas.

Dos momentos ruins que se foram, que se fodam. Eu nunca guardo mágoa, guardo medo. De ligar, de visitar, de mandar um recado pelo fulano, de esbarrar, de saber, do seu talento nato para me irritar. Então deixa estar, até porque eu não disse que queria ou que não queria, eu simplesmente fui embora com o direito que tinha, e na bagagem, não o orgulho, mas a ansiedade. Não sei definir exato ansiedade para o que, mas algo que eu me proponho a descobrir completamente sozinho na companhia de uma Stella, salgadinhos dos mais vagabundos e uma varanda fria, em noite de lua cheia. Isso se se mantiverem os devaneios, os quais eu acho que estão se esvaindo. Eu tenho mesmo uma facilidade para desistir.

Dessas todas, a única coisa que sei com exatidão é que personificar o 'eu' em você foi uma tentativa tola. Até porque pessoas não são livros de colorir. Você não pode definir que cor pintar em cada um, por isso não exija o que não pode ser feito. Talvez eu passe um tempo longe da cidade, o tempo certo para distanciar a sua ausência. Mas não se preocupe, está tudo aqui guardado para sempre ser lembrado.

ps: são 03h:00, e por muito protelar, decidi escrever de uma vez. Perdoa-me se não escrevi em ABAB-BAAB, ABBA-BABA... ou como achares melhor, não tenho condições de pensar nisso agora.