quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A Minha Grande Savana

As longos dos tempos, vez por outra estive caminhando só. Sem ninguém para me fazer um chá quando enfermo. Pensando que toda minha erudição morreria comigo, sentindo que o tempo debochava  de mim dizendo que a minha vida não valia de nada.

A meu redor muitas almas fracas, sedentas de atenção, pedindo qualquer palavra de alento, implorando por um pingo de amor; coisas fúteis. Acresce que eu mesmo poderia lhes pedir o mesmo com igual intensidade, se eu estivesse no mesmo páquito da mediocridade de espírito.

Não o fiz. Muitas vezes preferi me isolar bem acompanhado de algum livro de antologias poéticas de autores que nem sequer conhecia, e ainda assim foi a melhor escolha, alimentando a cabeça, a alma, sendo menos alienado, mas não superior ao desejo.

Me escondi, me prendi. Tão menos inconstante não poderia parecer, divagando em folhas de cadernos sobre ser jovem e idoso, audaz e arrogante, um bonito e seletivo moço, mas nem um e nem o outro, apenas sendo qualquer coisa de intermédio.

Estou com os olhos cansados, quase desistindo, mas tão persuadido por minhas próprias palavras que não consigo deixar o bloco de notas e esta ponta 0.5mm andarem por vontade própria espremendo todo pequeno sentimento, agora esboçado, impresso no papel.

Talvez amanhã eu acorde e descubra que isso tudo não passa de troca de hormônios, da idade, sabe. Que falar três idiomas não faz de mim outro, apenas aquele mesmo. Ainda assim, fico com medo de me ver daqui há 15 anos sendo o mesmo; fútil e refutável, intolerante e cheio de tempestades.

Vinte e dois anos, ainda sou um menino dividindo esta paisagem solitária com os pássaros e com uma colher de doce da casca da banana que a minha avó fez pra mim.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Pra Fugir.


Muita gente por aí se intitula "ruim" pra tentar intimidar os outros. São todos um bando de crianças fúteis e fragilizadas. Verdadeiramente amadores. E a minha falta de sorte, tamanho infortúnio é estar rodeado por gente desequilibrada que nem sequer sabe atuar.

Sejam menos originais, credo!
Vocês todos os dias são as mesmas coisas: cotidianos, tributáveis. Tão prognosticáveis que ficam irrelevantes

E nem me chamem de temperamental, tô sendo muito brother em lhes falar a verdade.

Anyway, alguns de vocês não vão vingar. E é por isso que eu nem mais bato cabeça tentando entender os delírios de vocês.
E nem adianta psicólogo, vocês são caso de polícia.

E eu comigo, não me importo que de outra forma seja.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Serra do Tepequém - Roraima


Please don't you ever ask me things I wouldn't like to talk about 
It's time to get in touch with things, we always used to dream about 
I'll take a train in technicolor 
Come along be nice to me my girl 
Through the window, the nice thing on earth will pass by 
Moving slowly 
Though the wide screen I'm gonna see me kissing you babe
In tecnicolor...

Os Mutantes - Tecnicolor

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Compactuando com a loucura alheia




Das minhas alegrias; os meus amores.
Das minha tristezas; minha força.

Tenho todos na mão,
E sem nenhum sofrimento.

Hoje eu vejo, é mais fácil ir sozinho pra chegar primeiro lá na frente.
Sozinho, sem contratos pré-estabelecidos. Em cada boca, um novo amor.

Mas lá na frente, terá alguém bem sucedido, igualmente completo e satisfeito, que também foi sozinho?

Compactuando com os "eu te amo", com os "eu sinto saudade", com os "vai ser pra sempre"...
Não me ache manipulador, eu só estou me preservando. Entenda!
Diferente de vocês, eu sei tomar meu banho de chuva. Eu sei me curtir.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Lago Manaquri

Por entre ruas, entre carros e placas
Luzes, cheiros e toques

Eu sou um poço de sensibilidade
te buscando na cidade
Eu sou um poço de sensibilidade

Entre veludos e cetins
Fantasias e brinquedos
Desejos e um certo medo
Cheiros e toques

Eu sou um poço de sensibilidade
Te buscando na cidade
Eu sou um poço de sensibilidade

O seu sorriso no meu dia-a-dia
A sua palavra em meu vocabulário
Minha professora, eu aprendi tudo errado
Te buscando na cidade
Eu sou um poço de felicidade

Com seu nariz furando o vento
Com um certo ar de autoridade
Eu fico louco, louco de saudade
Sou um cara afortunado
perto de ti eu sou um poço de sensibilidade.


Ira! - Poço De Sensibilidade

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Canaã - Manaquiri / Amazonas


You're wonderin' now, what to do
Now you know this is the end
You're wonderin' how, you will pay
For the way you misbehave

First time I swallowed
Now you're on your own
I won't return
Forever you will wait

You're wonderin' now, what to do
Now you know this is the end

Amy Winehouse - You're Wondering Now

terça-feira, 28 de maio de 2013

I'm a terrible person.

Você se diz uma pessoa horrível. Sem sentimentos, seca, superior a todos. Enfunado de orgulho e com um ar tão pedante que expressa somente imaturidade e vulnerabilidade. Para os que não te conhecesse há anos, passa despercebidos estes tantos detalhes que são tão óbvios.

Há anos você tentava me convencer de que manipulava as pessoas com suas ações, quando na verdade, é você quem se adapta a todos pedindo atenção, como se pedisse um simples cigarro em uma balada qualquer. Implorando por um pouco de cuidado e carinho, tendo somente desprezo e desamor.

Nunca foi necessário cultivar sentimento de vingança por todas as coisas que você fez ou as que tentou induzir para me prejudicar. Percebo enfim, algumas pessoas ficam tão preocupadas em fazer o mal que se esquecem das próprias vidas e assim, acabam se frustrando em tudo.

Eu, por outro lado, não programei nada. As coisas foram acontecendo. Não me vinguei, não usei ninguém e nem permiti ser usado. Deixei que você se apavonasse no palco da vida por um segundo de atenção da plateia, já que no momento seguinte você nem mesmo seria notado.

Mas para não parecer que eu sou uma ótima pessoa, verdadeiramente in dubio pro reo, eu vou assumir alguns fatos. Eu sou culpado por ter beijado todos os garotos que você gostou. Por não permitir a sua presença nos lugares que eu costumo ir. Por ter te dado tanto trabalho para descobrir os pormenores da minha vida que você deixou se atrapalhar em tudo na sua vida pessoal. Agora, se os meus amigos te detestam, isso é incompetência sua. O 52° capítulo eu mesmo escrevi sem nem gastar energia.

Entenda uma coisa, e me escute bem, eu não precisei ler o seu diário, contar a sua família sobre os seus podres, você que é transparente demais, não sabe se preservar. Você conta tudo o que faz a todos. De fato, eu te seduzi e eu sou o único que sabe o que eu te fiz.

Eu fiz melhor. Eu fui o mais esperto, observando. Eu não vou contar sobre a sua derrota para os seus amigos antes que você mesmo faça isso. Agora todos os caras da faculdade riem e batem na minha mão. Felizmente, você não sabe dos meus podres, porque eu sou o cara mais limpo da cidade.

Eu não preciso te pedir desculpas, e não me arrependo de nada do que eu fiz, porque ter você por perto nunca foi tão especial assim. Alguém não gosta de você, porque você não é lá aquelas coisas, você devia se repensar. Podia ter me perguntado, eu diria a verdade.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Lago Manaquiri - Amazonas / Brasil


Maio
já está no final
O que somos nós afinal
se já não nos vemos mais
Estamos longe demais
longe demais
[...]
Eu preciso de alguém
sem o qual eu passe mal
sem o qual eu não seja ninguém
eu preciso de alguém
Kid Abelha - Maio

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Meu

Hoje eu sei o que é tomar vinho, qualquer que seja, mas com duas taças levantadas em direção à lua cheia. Sem nenhuma nuvem no céu, apenas o orvalho no ponto de tocar a pele. O melhor do vinho é ouvir o CD Recanto da Gal cantando apenas Caetano, todo eletrônico em Lá. Sei o que é estragar a dieta dividindo um Ciabatta sem peso na consciência porque é com a pessoa que você gosta.

Eu que neguei tanto a mim mesmo, quase não quis permitir, nem sequer admitir que eu gosto mesmo, que eu quero mesmo. Porque a minha vida está tão normalzinha, com caminhar tão agradável que a minha psicóloga estranhou. Disse que eu estava muito bem e melhor, que tinha ido muito bem nas minhas metas.

Naquela noite, num cantinho escuro com tanta música lá longe, os meus cabelos soltos sob seu rosto, os beijos tão carinhosos a divagarem, as mãos coladas, um teor alcoólico no sangue multiplicando as sensações. Sabia meu nome, meu endereço, minha profissão, meu irmão gêmeo, e se a situação não fosse tão erótica, o stalker seria caso de polícia.

Hoje, todos os dias nos olhamos, estamos juntos, torcendo por essa loucura de jovens sedentos. Não mais um romance barato de uma crônica qualquer, nenhuma promessa vã, nenhum compromisso descabido. Sem nenhum medo, preciso confessar; eu que queria dar sucesso ao meu coração, sei que o fogo que está dentro nunca morre.

E deixa que este a Gal encerra melhor: "Baby, você precisa saber..."

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Ruínas em Paricatuba / Iranduba - AM



Ei, se eu contar como é que eu me senti ao grampear seu celular
Você vai numa DP?
E se eu mostrar o cianureto que eu comprei pra gente se matar
Você manda me prender no amanhecer?

Eu queria tanto que você não fugisse de mim
Mas se fosse eu, eu fugia.

Clarice Falcão - Macaé

quinta-feira, 4 de abril de 2013

terça-feira, 26 de março de 2013

Follow Rivers



You're my river running high
Run deep, run wild

I, I follow, I follow you
Deep sea baby
I follow you
I, I follow, I follow you
Dark doom honey
I follow you

Lykke Li - I Follow Rivers 

Clube da Luta, 1999.



"You fuck me, then snub me.
You love me, you hate me.
You show me a sensitive side, then you turn into a total asshole.
Is that a pretty accurate description of our relationship?"

Assistam Clube da Luta, pra quem curte psicologia esse filme é incrível.

Nova Olinda do Norte - AM




segunda-feira, 18 de março de 2013

A Linha

Os meus pais não são pessoas extremamente rígidas, mas tem o seu rigor e suas particularidades. O meu pai é mais desligado, metido a moderno. A minha mãe é mais flexível, muito inteligente, viva e aprendeu muito com o senso comum.

Eu reparei que permanentemente conquisto as pessoas com a delicadeza, atenção e carinho. Porque, aliás, todo mundo gosta da boa educação doméstica. Mesmo tendo sido criado em uma cidade grande e violenta, eu me mantive assim.

As pessoas ao redor da minha criação eram amáveis, simples, aconchegantes, bons ouvintes, apesar do tradicionalismo barato e o conservadorismo alienante fruto de gerações reprimidas e moldadas pelo silêncio e distorção entre liberdade e libertinagem.

Quando eu era criança, a minha casa tinha uma mangueira. Que me dava não somente frutos, sombra e galhos para subir. Era um porto seguro, um salvo conduto, a anistia de todos os pesadelos construídos pela repressão. Porque não era permitido me conhecer, ainda mais sexualmente.

No verão, na adolescência, eu tinha praia, pra aliviar a tensão, o tesão. O vento, o sol, o som das marés sempre me acalmavam. E foi tudo isso que me construiu. A praia tirou a rigidez da minha personalidade. Me fez menos vil e mesquinho.

Hoje, eu me sinto como a pipa pairando lá no céu. Tão leve, tão solto, tão livre. Preso apenas por uma linha me puxando sempre de volta. Não me impedindo de ir longe, de seguir os ventos bons, a linha é de fato para não deixar eu me perder, para não esquecer o rumo.

Me perguntaram se eu sou mesmo extrovertido. Eu? Não. Eu sou bastante introvertido. O problema é que na cabeça das outras pessoas, se você não é uma coisa é outra. Não há meio termo, o controverso não é aceito. A lógica é racional. Repito, na cabeça da maioria.

Na verdade a minha profissão, a minha função social não me permite ser diferente. Porque eu preciso tornar público o que eu penso, e ainda preciso lidar todos os dias com diferentes pessoas nos demais ambientes. E parecer alegre, falante e extravagante quase que se condicionou a realidade.

O que eu penso não pode ser dito com frequência. As pessoas nunca vão entender quem eu sou, e seria até covardia pedir-lhes isso. Eu sou fruto da minha história. Gerações inteiras não vão me entender. Por isso, a personificação do meu eu é bem diferente da manifestação.

Eu comigo, sou calado, triste, teimoso e crítico. Talvez por isso nesta última viagem me perguntaram tanto porque eu estava tão pensativo. Eles nunca passaram tanto tempo confinados comigo. Foram respeitosos, claro, mas achando que eu estava doente. Equivocados, mas sem culpa.

Os meus amores me querem inteiro, em qualquer posição, qualquer posicionamento. Ali não tinha paz, mas tinha meus livros. Aqui não tem meus livros, mas tem paz. Entre duas casas minha história nunca vai começar.

Aqui no Rio Madeira a vida é mais racionalizada, sem supérfluos. Sem tantas prioridades, mas é calma e plena. É tanto silêncio que a minha alma grita por essa liberdade, porque desde o começo do ano eu estou me afastando de tudo que me faz mal, que me atrasa, que não compreende a minha existência.

Minha particular existência. Estou novamente na minha tranquilidade, no meu momento. E é difícil explicar a alguém o quanto isso me agrada e o quanto me completa.

sexta-feira, 8 de março de 2013

A primavera da vida

Em janeiro eu tinha feito teste de HIV. Por precaução, para me cuidar, e porque quem tem vida sexual ativa tem mesmo que fazer este e outros tantos testes há cada seis meses. Eu já tinha feito o teste rápido, aquele que fura o dedo e o resultado sai em poucas horas. Deu negativo, mas sabe como é, um exame só não tira dúvidas, por isso fiz um exame completo que a psicóloga pediu, esse verificava até se eu tinha vergonha na cara, mas o resultado demorava pelo menos um mês.

Confesso que na primeira vez que fui ao hospital fiquei bastante nervoso e imaginando a morte ao pé da minha cama. Imaginava ter que contar aos meus pais, ao meu melhor amigo, e aquela imagem era deveras assustadora. Segue que eu nem mesmo poderia imaginar o resultado, mas na minha mente hipocondríaca já se passava até fazer dieta para sempre. Depois de muito ler a respeito da doença, concordei em ir fazer o teste indiferente ao resultado.

Eu não acho que eu preciso expor a minha vida pessoal desta forma, mas alguém tem que servir de exemplo e por isso eu estou contando como foi. Na triagem eu fui com um amigo, ficamos rindo de nervosismo e imaginando nosso futuro, na segunda vez eu fui sozinho e conheci um carinha muito boa pinta - o Jhonny, que não estava menos nervoso do que eu, mas sabia disfarçar melhor. Apesar de está sentado bem a minha frente, ele arrastava o olhar do chão para o meu rosto, do meu rosto para a parede.

Nem demorou, conversamos e começamos a criar afinidade pra tentar fugir daquele espaço pavoroso que é a sala de espera. A psicóloga nos atendeu, encaminhou para a enfermeira coletar o material e saímos de lá andando, fugindo de ônibus, táxi e tudo que desse claustrofobia. Na terceira vez - esta semana, para pegar o resultado eu fui sozinho. Já não tinha medo, nem euforia, fui de uma estranha macheza que só me impulsionava para ir, fosse o que fosse.

A demora para ver o resultado me incomodava, mas vi uma excelente oportunidade para refletir sobre o significado daquela situação. Porque ter vida sexual ativa na minha idade é uma dádiva, uma benção, mas foi esta condição que me pôs naquele ambiente. Arrastei o olho discretamente para todos. Vi o grupo residente de universitários da UniNilton Lins, os burgueses incompetentes que não passaram em universidade pública. A jovem de jaleco da pública com o celular nas mãos atualizando seu status, mais preocupada em ser medíocre do que atender aos enfermos.

Eu entrei no consultório, a psicóloga me perguntou se eu estava assustado, se eu transava sem camisinha, se eu tinha parceiro fixo e aquele questionamento com cara de senso do IBGE já estava me entediando. Perguntei se tinha dado positivo o exame do casal segurando as mãos em recíproca, os que entraram no consultório e saíram de cabeças baixa. O adolescente que saiu com um sorriso estampado. Ela riu e disse que não ia responder por ética, enquanto rolava o mouse atrás do meu resultado.

Me lembrei mesmo do rapaz na sala de espera que estava ao meu lado. Tinha um rosto angelical, mas todo vermelho a ponto de desmoronar. Não se controlou, chorou. Chorou muito ansioso pelos minutos seguintes, velando seu próprio destino, sem nem saber o que viria. Este me marcou muito, sua expressão ficou impregnada, porque eu que já estive na mesma situação, me achava agora ridículo por temer a morte, acresce que nem de longe ela havia sido anunciada. De maneira sádica, aquilo não me assustava mais. Pensei em ligar pro Jhonny, mas ele devia está trabalhando e eu nem sabia o resultado do exame do garoto.

"Deu negativo. Deu tudo negativo, olha aqui na tela." - Me avisou a psicóloga, me tirando do pesadelo. Eu ri. Me veio um sorriso sádico, porque a situação toda era sádica, como já expliquei antes. Me achei sortudo e imaginei está ganhando uma segunda chance, a própria psicóloga riu e disse: "Te orienta!". Quase ficamos brother. Tirei o sorriso e saí do consultório todo sério. Todos me olhando na sala de espera, realmente esperando algum sentimento esboçado no meu rosto e não rolou. Um lugar cheio de pessoas vazias.

A minha saúde está bem, o meu futuro está bem, as camisinhas estão no bolso, a vergonha está na cara.  O que significa que logo mais estamos aí. E depois estamos aí de novo. Na pista. Que é pra não dizer que jogar com a vida é excitante, sabendo que o resultado de todo este desespero é para provar que estamos mesmo vivos.

domingo, 3 de março de 2013

Queridos Amigos

Quinta-feira eu fiz 22 anos, outros dois amigos completaram ano no mesmo dia. Na sexta minha mãe completou 56 e diversos amigos vão completar ano este mês. Eu sei, eu sei, aniversário é apenas mera convenção social, ou seja, convencionou-se que é necessário festa, reunir os amigos e outros diversos símbolos emblemáticos para construir um ambiente de afeto e homenagem.

Eu quero que vocês saibam que deu certo. Eu fiquei muito feliz com tudo. Até flores eu ganhei! Ganhei vídeo de uma amiga cantando, ganhei novos amigos, duas novas oportunidades profissionais. Sinto o corpo e o copo cheio de esperanças. Uma eterna criança, rindo de tudo que me fazia chorar, escolhi cantar. E por isso juro felicidade a mim mesmo agora, depois e na velhice.

Não poderia ser diferente. Cercado de amigos me protegendo, me desejando o melhor, de sexo a sorte no jogo. Eu querendo apenas está entre o sábio e o poeta. Desejando um belo futuro para logo mais, apagando as velas, sem velar o passado. Lembrando Drummond: "E como ficou chato ser moderno. Agora serei eterno. Eterno! Eterno! O Padre Eterno, a vida eterna, o fogo eterno."

Eu quero também agradecer a todos que mandaram in box, sms, e-mails, os de longe que estiveram pelo Skype, que ligaram, foram ao meu aniversário. Beijão pra minha família, amigos, professores, colegas de faculdade e trabalho. Obrigado pelo carinho, suporte, e por me fazer uma pessoa melhor e especial todos os dias. Amo vocês. De coração, muito obrigado!

sexta-feira, 1 de março de 2013

Vingt-deux Années

"Convicções são entidades mais perigosas que os demônios. (...) Quem não está convicto está pronto a escutar - é um permanente aprendiz." - Rubem Alves. 

Ninguém vive no mundo. A gente vive no nosso mundo, todo exclusivo, cheio de gostos, vontades e interesses próprios. É curioso porque quando você encontra alguém na rua, você não pergunta: "O que você está pensando?" supondo que a outra pessoa é um ser pensante, cheio de sentimentos. Você geralmente pergunta: "O que está fazendo?" Colocando a pessoa numa função, já que "fazendo" é um verbo no gerúndio que indica ação. 

Sim, claro, é importante ter pensamento próprio e ter unidade. Mas a falta de afeição com as outras pessoas não é ter personalidade. Por isso, é também importante está convicto a ser sempre aprendiz, a adaptar-se as situações, os lugares e as pessoas. Porque você nunca sabe se o vizinho chato será seu chefe em alguns dias, ou se o seu colega de trabalho será seu melhor amigo no futuro. 

Eu estava me questionando se deveria escrever sobre completar ontem 22 anos de idade. Não vejo razão lógica e especial para isso, já que se acrescentaram alguns dias a mais na minha vivência, apenas. Se fosse para isso, agradeceria apenas as pessoas de bom coração que se lembraram desta data e a tiveram como especial, e me fizeram sentir especial, verdadeiramente amado. 

Deu saudade das pessoas que não estiveram presentes. Aquelas que estiveram nos 18, 19, 20, 21 e não agora nos 22. Senti falta de quem não esteve nos outros, mas deveria estar presente neste. Porque não se "desama" dando um mero tchau. Da minha parte não foi falta de amor, foi falta de estrutura psicológica. Não foi falta de sentimentos bons, foi falta de competência para administrar as situações. Mas caso tenha esquecido levemente o acontecido, tá tudo aqui guardado para sempre ser lembrado. 

Se o orgulho e a indecisão ainda estiverem presentes, não espere, não vacile, vá em frente e volte atrás. Volte atrás com o que fez com o que disse. Nobre mesmo é saber reconhecer quando erra. Seja sempre aprendiz. Nunca se faça convicto. Não esteja convicto de coisa alguma. Cresça sempre, amadureça sempre. Queira bem as pessoas, faça o bem para as pessoas. Vê se fica bem!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Salinas - PA


I don't know what's right and what's real anymore
And I don't know how I'm meant to feel anymore
When do you think it will all become clear
Cause I'm being taken over by the fear


Lily Allen - The Fear

sábado, 23 de fevereiro de 2013

O rock bar

Falta meio copo da oitava bebida e estou falando sobre a minha geração.

Cinco ambientes diferentes, cada um tocando uma década do rock, com ótimas mixagens. As pessoas chegando, o espaço se aglomerando de rostos lisos todos dotados de ótimos cremes faciais, fixadores de maquiagem, tatuagens e penteados exóticos.

Todos amigáveis, risos fartos estampados, sem nenhuma antipatia, realmente atenciosos e dispostos a curtir a noite. Eu passei, ele olhou, ela olhou, elas, todos eles. Na pista de dança tudo sensual, os movimentos sincronizados, pareciam coreografados.

Tocou Elvis, Beatles, Turtles, Led Zeppelin, Janis Joplin. Meu melhor amigo tomando suco de Abacaxi, me dizendo ter tido uma epifania. Enquanto eu olhava o vocalista da banda, que era o cara mais bonito e charmoso da casa. Me olhou, sorriu, me pegou as mãos e depois veio me abraçar, só faltou tocar AC/DC.

Me lembrei da última vez que fui parar no hospital com quase coma alcoólico, o médico me perguntava: 
- "você bebe?"
- "aceito uma dose para lhe acompanhar."

O cara da banda rio da minha astúcia. O Marlisson se divertia, trocando olhares com os outros bailarinos de plantão. Faltou luz e todo mundo calmamente caminhando até a porta rindo da situação. Já era quatro da manhã, eu sem vontade de ir embora daquele paraíso artificial. Ainda sinto o cheiro dessa noite.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O último expresso

A minha melhor amiga do colegial e eu sempre tivemos o mesmo lema no fim de relacionamentos: "Uma facilidade para desistir". Tudo mentira. Insistíamos muito nas pessoas erradas até levar um pé na bunda e ter que ir se consolar um com o outro, no dia seguinte fingíamos está bem e recuperados. E com o passar do tempo era o que inevitavelmente acontecia, porque adolescentes não morrem de amores; vivem. Até porque viver é bem diferente de morrer, sabe bem disso o Brás Cubas.

O que é estranho hoje é eu não ter o mesmo desespero da adolescência. Talvez as prioridades sejam outras, ou as ansiedades. Subitamente, acho que o remédio para todos os meus desgostos, sou eu mesmo. Tornar-me mais frio, cauteloso e dispensável é necessariamente o melhor caminho. Não sei mais se me esforço para escrever algo para não te dizer nada. Nada do que já fora dito antes. Este último fim está sendo apenas O.K. Parece até o clipe de "New Soul" da Yeal Naim, verdadeiramente "a happy end". Gastei tanta força, tanta energia, tantas palavras por gastar, que agora as pobres tentam se salvar. Estranho ainda foi esperar que você ligasse no dia seguinte se remediando, erguendo bandeira branca.

Senti-me como se estivesse novamente na Estação da Luz, mas dessa vez como criança e segurando apenas a mão de um alguém, mais ou menos a meia-noite. O cenário todo vazio, sem aquelas pessoas passando apressadas, esbarrando, indiferentes umas as outras. O metrô chegou, eu me distraí, ele entrou se foi e eu fiquei ali, sozinho. Imediatamente o desespero, vontade de correr, de gritar. Foi como se não pudesse mais voltar. Então seria ficar ali esperando pelo amanhecer, ou saí pelos portões e tentar a sorte. Eu sei que você não é a minha mãe, e eu não estava projetando isso. No máximo, o sentimento de confiança, de segurança.

Hoje sinto como se fosse lá pelas 02h:00 e o conformismo tivesse me agarrado. Fiel ao que eu sinto, penso que tudo é assim mesmo. A vida sabe. Fecha as 00h:00 e abre as 04h:00. Este tempo de recesso é necessário para que todos descansem, tudo se estabilize, para abrir-se normalmente pela manhã e que eu possa segurar outra mão, quando for o caso. Eu gostaria de dizer que não há dúvidas, ou dívidas emocionais. Porque quando anoitece, você leva o dia embora, mas eu já sou crescidinho.

Depois disso, nós voltamos como se alguma coisa fosse mudar, como se três semanas separados fossem o suficiente para distanciar os nossos problemas, zerar as mágoas e as cobranças. Eu não deveria está tão mais empolgado com o meu mais novo amigo gay, que há meses era um hétero qualquer. Não deveria ser mais interessante ir ao Karaokê com ele, do que esperar em casa por suas ligações. Mas como dizem no liberalismo econômico francês: "laissez faire, laissez aller, laissez passer!"

Na primeira semana sim, eu esperava que você tentasse me convencer a ficar, porque eu estava disposto a ficar, na verdade eu já estava convencido. Eu achava que era saudade, então valeria correr atrás. Saudade seria bom poder nutrir. Queria poder engarrafar este sentimento todo frágil e delicado, porém agradável que surgia todas as manhãs que acordávamos juntos. Mas é apenas uma lembrança, uma memória, de que um dia nós fomos bons, juntos. Agora eu te dou razão, de que ter sentimentos por você é problema meu. Talvez eu não te faça bem, e você não seja a pessoa certa para mim. E sendo assim, a minha requintada ambiguidade se retira. Esta noite eu vou descansar a minha química. Pode ir embora.

Balloon

Balões. É dever soltá-los, acompanhar a subida até que sumam. Nunca houveram dúvidas quanto a isso.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Um comentário sobre Silas Malafaia

Gostaria aqui de tecer alguns comentários sobre a postura e sobre o próprio Pastor Silas Malafaia. 

Interessante é que o Pastor Silas Malafaia é Teólogo e Psicólogo, mas usa de um terrorismo incrível com seus fiéis. Ele pinta um mundo tão fantasioso, cheio de demônios dirigindo a vida das pessoas, como se todas estivessem possuídas e por fim, sejam libertadas por meio de um "homem terreno" que ele é. Mas é um quadro tão horrendo que nem Goya pintou um inferno tão terrível como o Pastor Silas faz com a realidade de seus seguidores. No final das contas, ele acaba chamando atenção tanto para si, que o "deus" a quem ele faz menção acaba ficando em segundo plano.

É no mínimo contraditório um Psicólogo - utilizando qualquer que seja o método dentro desta área, tentar curar o homossexualismo, como se fosse uma doença. E é também contraditório o fato dele dizer que "é um comportamento", como se fosse um problema e tratável. Durante o programa De Frente com Gabi exibido no SBT no dia 03/02 ele disse que: "Ninguém nasce gay. Não existe ordem cromossômica homossexual. Não existe gene homossexual. Existe ordem cromossômica de macho e de fêmea." Sendo assim, não dá pra discutir com um teólogo metido a geneticista, pra mim isso é charlatanismo. Mas eu gostaria de destacar que o discurso dele é pautado em Ideologia, em crença, em política, assim como Hitler que gritava nos palanques algo mais ou menos como: "Nós somos raça pura, eles não são, e é por isso que nós vamos matar eles todos." Ou seja, usando o mesmo discurso para incitar a violência, a soberania e superioridade de um grupo ou categoria social sobre o outro. Não se enganem, a melhor forma de manipular as massas é estudar e criar estratégias para alienar mentes mais fracas. 

O mais bizarro de tudo é ele se opor a PLC 122, que é um projeto de lei que garante direito constitucional de liberdade de expressão, orientação sexual, punição contra atos homofóbicos e direito de crença. Crença! Ou seja, liberdade essa que o próprio Silas Malafaia desfruta todas as vezes que entra em cadeia nacional com seu tele-evangelizamento. É impossível aceitar que uma pessoa que prega o amor, incite o ódio contra pessoas normais e tributáveis, que são os homossexuais. Vale notar, também, que o Silas é evangélico protestante - que diferente da Igreja Católica, é a favor do juro, algo mais ou menos do tipo: "cobrar juro pode, quem cobra o juro vai pro céu". Talvez por isso, ele seja dono de uma fortuna avaliada em aproximadamente R$300 milhões, segundo a Forbes Magazine. Não é irônico e contraditório os fiéis ganharem em média apenas um salário mínimo? 

Brilhante como Goya ele não é, mas com certeza é uma mente atormentada e refém de seus próprios devaneios.

Ps: a gravura é do pintor espanhol Francisco Goya e é da série Os Caprichos.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Amor para dois, por favor.

Falo de você para as outras pessoas e elas não acreditam. Elas sempre ficam sépticas quando digo que foram seis anos de amizade, e um desses de enrolação que nós insistíamos em dizer que era um compromisso. Pela educação, classe, elegância, pelo companheirismo e compreensão. É claro, uma infinidade de adjetivos que podem até soar inconvenientes e indelicados agora. Alguns me olham estranhando você ser uma garota, com a mesma idade que eu e objetivos bem parecidos, exceto que você não queria filhos. Outro dia, contando sobre os nossos seis anos juntos, uma amiga minha chorou, acredita? Ela disse que era uma história muito linda e emocionante.

Parece mesmo um conto de fadas - com licença da metáfora. Eu tive tudo, eu tive o melhor, mas deixei passar. Não é como ficar num paradigma, eu superei, inclusive te escrevo enfim por insistência da minha psicóloga que me passou este exercício todo desconcertante para encerrar este assunto. Eu só acho que as coisas poderiam está diferentes, nós podíamos ter continuado pelo menos amigos. Você foi a única garota que eu amei, em verdade. Você nunca conseguia me perguntar se eu sou gay, e talvez eu seja. Talvez todos sejam ou talvez eu esteja louco, exatamente como você, que insistiu tanto num garoto que você nem sabia da sexualidade.

É verdade, naquela época eu beijei alguns garotos, tive algumas paixonites, mas e daí? Nenhum deles marcou tantos detalhes e deixou tanta certeza de que aquilo sim era amor.

- "Amor para dois, uma dose, por favor."

Os meus amigos dizem que eu deveria ter insistido, outros simplesmente não entendem a situação mesmo depois de eu ter explicado passo-a-passo o que se sucedeu entre mim e você. Daí então não me culpe. Às vezes a plateia não tem talento. Eu gostaria mesmo de ter tido a oportunidade de um dia com você explicar que não precisava mudar, não precisava de nada, nós já tínhamos tudo - e acima deste todo, nós éramos amigos, bons amigos, melhores amigos. Basta existir para se ser completo. Então tenha o amor, pegue! Não me queira mal, me queira bem, porque eu estou te querendo bem neste exato momento.

O que eu nunca me conformei foi por ter sido tudo tão dramático, com sentimentos confundidos, porque namorar não significa amar. Amor é um sentimento puro, extraordinário, exclusivo que só quem sente pode dizer. Namorar, por outro lado, é mera convenção social. É por isso que eu insistia que não era necessário firmar um compromisso tão sério, cheio de confirmações para que nós dois fôssemos felizes juntos. Já não éramos amigos? Mas eu sei que errei, te deixei esperando, criei em você falsas expectativas e, por isso, eu estou me redimindo. Apesar de parecer tudo tão controverso e contraditório, o que estou dizendo agora não anula o que foi dito antes. Se te agradar, me pago da tarefa, se não, continua te sendo um fardo lembrar deste desfecho todo sem graça e Adeus. Se tu me vires por aí, me abraça forte pela última vez, como se estivesse me pagando à dívida deste fim.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Santa Maria

Este não é um poema, nem uma história romântica, só quero deixar registrado o quanto eu estou indignado e consternado em ver mais de 230 jovens morrerem por irresponsabilidade.

Li pelos sites pessoas ironizando a situação, outros chorando suas perdas, alguns se juntando para fazer forças e poder ajudar. Acho digno governantes estarem presentes e auxiliando os afetados pela tragédia na boate Kiss em Santa Maria - RS. O que realmente me deixa triste é ver os noticiários cegos dizendo que "foi a fumaça" ou "o fogo" que matou essas pessoas. Escutem, fumaça e fogo não tem pernas, não são seres vivos, não tomam decisões. Os culpados foram os donos da casa noturna, o irresponsável do vocalista da banda que acendeu a pirotecnia num local fechado com materiais altamente inflamáveis como esponja - derivado de petróleo, e os seguranças que fecharam as portas quando viram o tumulto.

Então é assim mesmo? A culpa é do fogo? Da fumaça? Sério? Quer dizer que os órgãos que representam o poder público não puderam se antecipar frente ao risco? Quer dizer que o vocalista da banda não entende nada de pirotecnia, mas acha lindo lançar dentro de um ambiente fechado? Esse principal imbecil não sabia que as moléculas da fumaça se agitam rapidamente e se espalham com facilidade e, por isso, a fumaça encobriu o ambiente inteiro forçando as pessoas a correrem para qualquer porta achando que era a saída. E a figura do empresário? Que para obter lucro passou pela moral, pela ética e qualquer valor mensurável que respeite a vida, apenas para acumular mais capital?

Acho que até agora o que mais me tocou foi o fato dos seguranças terem fechado as portas na hora do incêndio. Quer dizer que na Sociedade Capitalista, vale morrer queimado e asfixiado, mas não vale sair sem pagar a comanda? É, talvez eu seja apenas um lunático questionando a lógica que foi imposta mesmo antes de eu nascer. Mas de um fato eu estou convicto, que nós todos vivemos numa sociedade com inversão de valores; aonde ser desonesto é aceitável e compreensível.

Não me conformo. Sei lá sociedade, nós humanos já fomos melhores. Então como é que é, jacaré que dorme na onda vira bolsa de madame?

domingo, 20 de janeiro de 2013

Domingo, 15 minutos.

Domingo, este é o dia em que o mundo não acabaria. Passei a manhã inteira deitado, levantei tarde, fui até a varanda, o dia brilhava. Não penteei o cabelo e fiquei parecendo desleixado. Se eu bem notar, domingo não tem muito gosto, nem desgosto. Não tem angústia e nem pesar, porque num dia preguiçoso como este não se gasta energia. Tentei ler Eça de Queiroz e acabei com ele jogado por cima da barriga. Preferi assistir mais uma vez Funny Girl e esperar até Don't Rain On My Parade pra cantar aos gritos com a Barbra Streisand.

Quinze minutos depois quatro ligações, duas visitas, um aporrinhamento e um suave convencimento me vindo a cabeça dizendo que desta vez eu simplesmente não me importo. Toda vez que a gente toma uma porrada é assim mesmo. Toda vez que a gente vai envelhecendo é assim mesmo. Novas experiências, pessoas, bagagens que vão mudando o repertório da vida. Eu sempre penso nessas coisas, sabe. Que os fracassos do passado não podem me impedir de continuar, de desejar que tudo seja diferente desta vez.

Ainda que pareça que tudo isso não passa de uma grande bobagem é bom saber que o presente não anula o passado, e que tudo fica bem registrado, inviolável. As lembranças dos domingos é que são boas. Porque o dia é vazio, as memórias não se estragam e permitem as transformações de um revolucionário preguiçoso. Que não muda nem a si, nem aos outros. Sabendo que a maior revolução é distanciar de mim tudo que limitada. Limita aquela angústia do sábado, ter me afeiçoado a dor, ter aceitado o desvalor.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

D'un charmant garçon


"Fou et telemement evident
Que je n'trouve plus de sens
A ce jeu excitant
Si bon mais si lassant
Tu aimes me manipuler
Et j'aime en faire autant
Nous sommes tout deux victime
De ce doux jeu d'amants..."

Yelle - Ce Jeu

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Morro da Égua - Presidente Figueiredo / AM

"You've got your passion. You've got your pride,
But don't you know that only fools are satisfied?

Dream on, but don't imagine they'll all come true.

When will you realize? Vienna waits for you"
Billy Joel - Vienna

domingo, 6 de janeiro de 2013

We dance.


- Shall we dance?
- Am I too late to accept this?
- To little too late.
- Ok. I'm leaving.
- Wait!
- What?
- Can I ask you something?
- Yeah, sure.
- Do you really like?
- I don't know, i'm confused by now.
- Why don't you stay?
- You said that don't wanna dance anymore, you crazy.
- Yes, but dance is not about move your body, it's about express the pressure and what you're feeling right now.
- Fuck off, I don't wanna talk anymore.
- Why are you so mad?
- What kind of fuck you think that I are? The kind you can meet in the bar? The kind you can talk about whatever you want, because you're a kind of super star? And why you're laughing?
- Hey! Watch your mouth, kid.
- Look, to the top. Say it!
- You're cheating yourself.
- Oh fuck, looks like my psychologist... so dramatic.
- Ok, ok, you crazy child. But I still think that you're bluffing with yourself. That's a crying game, 'cuz you don't trust, but accept stay with.
- What I'm supposed to do? Sit around and wait to listen all the truth? Ok, I'll stay, but buy me the best drink of this fucking pub.
- Alright, take Whisky.
- Don't fuck with me. I want that one. So, Am I a joke?
- Rumour has it! But let me ask, you're trying, but until when?
- This is not your business.
- Say it all.
- I don't know, ok? I'm just trying. I don't wanna discuss anymore. I wanna go, feel the air, the fresh.
- You're in love?
- Don't you see?
- Stop being sarcastic, you're drunk.
- Yes, and you ugly, so? stop laughing at me.
- Listen to me, and listen me good. Let's be clear. You're not gonna be fine until you break your heart. I almost can smell your fear, and you're know too that you're just a doll at his hand.
- Look at all the fucks I don't give. They're just falling out of the sky!!! Yeah!
- Oh, shut up! Let me take you home.
- I'll appreciate, my deeeeeeear.
- Ok, come in.
- I'm glad to have you as a friend, but don't patronize me.
- Alright, but think about what i'm talking, ok? Don't forget who you are. Don't prove anything to anybody, 'cuz you don't need to. 17 days and you come back, dear? Shit!
- You're right, but i'm right too, because i'm the one who's feeling inside.
- Suuuuuuuuure, his got it all. But baby, is that really what you want?
- Just give me till then and i'll give up this fight.
- Ok. Take a shower and go the bed. We'll see ya.
- See ya.

Matiz

"Never woulda hitch hiked to Birmingham 
If it hadn't been for love 
Never woulda caught the train to Louisian' 
If it hadn't been for love 
Never woulda run through the blindin' rain 
Without one dollar to my name 
If it hadn't been 
If it hadn't been for love 

Never woulda seen the trouble that i'm in 
If it hadn't been for love 
Woulda been gone like a wayward wind 
If it hadn't been for love 
Nobody knows it better than me 
I wouldn't be wishing I was free 
If it hadn't been 
If it hadn't been for love 

Four cold walls against my will 
At least I know he's lying still 
Four cold walls without paroll 
Lord have mercy on my soul..."

Adele - If it Hadn't Been For Love