domingo, 20 de janeiro de 2013

Domingo, 15 minutos.

Domingo, este é o dia em que o mundo não acabaria. Passei a manhã inteira deitado, levantei tarde, fui até a varanda, o dia brilhava. Não penteei o cabelo e fiquei parecendo desleixado. Se eu bem notar, domingo não tem muito gosto, nem desgosto. Não tem angústia e nem pesar, porque num dia preguiçoso como este não se gasta energia. Tentei ler Eça de Queiroz e acabei com ele jogado por cima da barriga. Preferi assistir mais uma vez Funny Girl e esperar até Don't Rain On My Parade pra cantar aos gritos com a Barbra Streisand.

Quinze minutos depois quatro ligações, duas visitas, um aporrinhamento e um suave convencimento me vindo a cabeça dizendo que desta vez eu simplesmente não me importo. Toda vez que a gente toma uma porrada é assim mesmo. Toda vez que a gente vai envelhecendo é assim mesmo. Novas experiências, pessoas, bagagens que vão mudando o repertório da vida. Eu sempre penso nessas coisas, sabe. Que os fracassos do passado não podem me impedir de continuar, de desejar que tudo seja diferente desta vez.

Ainda que pareça que tudo isso não passa de uma grande bobagem é bom saber que o presente não anula o passado, e que tudo fica bem registrado, inviolável. As lembranças dos domingos é que são boas. Porque o dia é vazio, as memórias não se estragam e permitem as transformações de um revolucionário preguiçoso. Que não muda nem a si, nem aos outros. Sabendo que a maior revolução é distanciar de mim tudo que limitada. Limita aquela angústia do sábado, ter me afeiçoado a dor, ter aceitado o desvalor.

2 comentários:

Sabrina disse...

Quero ter meu filho em um domingo. AHihaiHIA! ;)
Gostei do Blog honey! =*

Breno Amorim disse...

ahahaha com certeza Sabrina ;)
daí chama ele de Sunday! rsrs

beeeijo.