Falta meio copo da oitava bebida e estou falando sobre a minha geração.
Cinco ambientes diferentes, cada um tocando uma década do rock, com ótimas mixagens. As pessoas chegando, o espaço se aglomerando de rostos lisos todos dotados de ótimos cremes faciais, fixadores de maquiagem, tatuagens e penteados exóticos.
Todos amigáveis, risos fartos estampados, sem nenhuma antipatia, realmente atenciosos e dispostos a curtir a noite. Eu passei, ele olhou, ela olhou, elas, todos eles. Na pista de dança tudo sensual, os movimentos sincronizados, pareciam coreografados.
Tocou Elvis, Beatles, Turtles, Led Zeppelin, Janis Joplin. Meu melhor amigo tomando suco de Abacaxi, me dizendo ter tido uma epifania. Enquanto eu olhava o vocalista da banda, que era o cara mais bonito e charmoso da casa. Me olhou, sorriu, me pegou as mãos e depois veio me abraçar, só faltou tocar AC/DC.
Me lembrei da última vez que fui parar no hospital com quase coma alcoólico, o médico me perguntava:
- "você bebe?"
- "aceito uma dose para lhe acompanhar."
O cara da banda rio da minha astúcia. O Marlisson se divertia, trocando olhares com os outros bailarinos de plantão. Faltou luz e todo mundo calmamente caminhando até a porta rindo da situação. Já era quatro da manhã, eu sem vontade de ir embora daquele paraíso artificial. Ainda sinto o cheiro dessa noite.
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