Eu nunca tive a intenção de escrever bem, e nem considero que isso o faça.
Apesar dos muitos comentários sobre minha escrita, fato é que consterna.
Mas saibam que estas palavras todas fazem parte de um diálogo metalinguístico.
Eterno e extenso diálogo metalinguístico que se estira pelos anos.
Não me diga o leitor que nunca se perguntou sobre si, sobre alguma atitude, comportamento, devaneio pelo qual passou, que não lhe tenha trazido dúvida.
Dúvida sobre si. Sobre algum transtorno de lei cerebral intrínseco.
Mas saiba que não é só você, muito me detenho neste paradigma.
Desde criança tive minhas preocupações comportamentais e meus vulgos valores de moral.
Mas o que diabos sabe uma criança sobre si? Nem mesmo agora no Ensino Superior me dou conta do quão extenso é o discurso sobre o "Eu". Parafraseando Sócrates: "Só sei que nada sei."
E admoesto-vos a nem tentar se entender, apenas se conheçam. Tentar entender a própria consciência é de difícil análise.
Eu acho que a merda maior foi a forma com a qual fui criado. Tudo proibido! Não se podia nada. E quando podia, com mil e uma restrições. E observe, aos 14 anos quando propriamente saí do julgo de minha família materna, meu lema logo mudou. Passou então a ser: "É proibido proibir". E deixa estar, foi assim até certo momento. Ao cabo de meus 17 anos, quando resolvi trabalhar, já queria melhorias. Resolvi mudar!
E veja a resolução de minha mudança: Fiquei tão preocupado, mais tão preocupado em mudar, que precisei parar no primeiro bar só para me acalmar! Me diga se é justo?!
E no final das contas tem-se dado assim até hoje. Mas hoje é diferente, eu realmente necessito mudar. Por mim, pelos meus conceitos, minha família, seus valores e pelos que me acompanham. Mas note que o diabo desta transformação muito me dá dor de cabeça. Eu preciso mudar, mas não sei por onde começar. E como sou imediatista, nunca consigo concretar uma mudança. E já nem quero questionar a validade da mudança; tem que ser feita e pronto.
Após estas linhas, não te admires, leitor, se eu disser que tenho uma raiva dentro de mim que se aguarda para libertar como uma divida que há de ser paga.
Quisera eu poder dominá-la e expulsar de mim. Mas veja, ela não foi se nutrindo sozinha. A culpa já começa pela criação porca que meus pais me deram, se me deram alguma. E para que não se gere dúvida, falo de educação emocional. Porque minha mãe até que me deu alguma criação moral e ética. Mas saibam, tudo de estética.
Não quero me prolongar. Não vejo futuro em expressar meus devaneios.
Como diria Álvaro de Campos em Lisbon Revisited, "Quero ser sozinho. Já disse que sou sozinho!". Assim como sinto o autor dizendo, "Ó mágoa revisitada...".
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