Eu tô muito cansado de sofrer preconceito. Preconceito me desanima, me tira as forças. Não sou uma pessoa fraca, que se entrega. Luto, travo batalhas diárias contra o preconceito das outras pessoas. Todo dia é uma pessoa diferente que me agride com sua ignorância. E têm dias que são várias pessoas ao mesmo tempo. Só hoje eu escutei de 3 ou 4 pessoas. Escutei uma professora dizendo: "sou evangélica, mas eu te aceito.". OK. O que faz desse "evangélica" alguém tão mais humano que eu? E esse "mas"? É um perdão, piedade? Como se essa conjunção fosse um salvo-conduto para que eu possa existir, para que a minha suposta e imposta inferioridade não anule o que de fato sou. E esse "aceito você"? Eu não preciso que você me aceite, eu não preciso da sua permissão pra existir.
Como se não bastasse, outra pessoa disse que respeita a minha "opção". E tem outra opção que não seja essa me respeitar? Parece que o respeito virou moeda de troca, você se submete as regras sociais e não é agredido. Esse é o velho e o de sempre preconceito velado. A pessoa não te agride, mas isso não acompanha empatia, respeito de verdade pelo outro. A minha existência ficou resumida na minha sexualidade, personificou-se na minha sexualidade.
Por fim, o que significa essa "opção"? Você heterossexual que me lê agora, consegue optar por ser homossexual? Quando foi que você decidiu ser heterossexual, aliás? Sexualidade não é opção, é orientação. Quem em sã consciência escolhe sofrer pro resto da vida preconceito? Quem escolhe ser visto como um bandido, alguém doente, um pecador? Quem escolhe ser rejeitado pela família, passar o resto da vida tentando provar que é normal?
Eu estou farto. Sinto o peso do mundo inteiro contra mim, dessa sociedade hipócrita, desumana, onde é aceitável o marido trair a esposa, mas filho gay nem pensar. Eu não sou inferior, eu não preciso da permissão de ninguém, e eu não optei por sofrer todos os dias com toda essa carga de ódio e ignorância.
That's enough! Hoje eu estou exaurido, paralisado, dividido por um espaço e não alcanço mesmo os meus limites.
Se alguém percebe o meu sofrimento? Se alguém se compadece? Se alguém me defende? Se a minha família me deu suporte quando eu mais precisei? Não. It's just me against the world.
"E afinal o que quero é fé, é calma,
E não ter estas sensações confusas.
Deus que acabe com isto! Abra as eclusas —
E basta de comédias na minh'alma!"
Como se não bastasse, outra pessoa disse que respeita a minha "opção". E tem outra opção que não seja essa me respeitar? Parece que o respeito virou moeda de troca, você se submete as regras sociais e não é agredido. Esse é o velho e o de sempre preconceito velado. A pessoa não te agride, mas isso não acompanha empatia, respeito de verdade pelo outro. A minha existência ficou resumida na minha sexualidade, personificou-se na minha sexualidade.
Por fim, o que significa essa "opção"? Você heterossexual que me lê agora, consegue optar por ser homossexual? Quando foi que você decidiu ser heterossexual, aliás? Sexualidade não é opção, é orientação. Quem em sã consciência escolhe sofrer pro resto da vida preconceito? Quem escolhe ser visto como um bandido, alguém doente, um pecador? Quem escolhe ser rejeitado pela família, passar o resto da vida tentando provar que é normal?
Eu estou farto. Sinto o peso do mundo inteiro contra mim, dessa sociedade hipócrita, desumana, onde é aceitável o marido trair a esposa, mas filho gay nem pensar. Eu não sou inferior, eu não preciso da permissão de ninguém, e eu não optei por sofrer todos os dias com toda essa carga de ódio e ignorância.
That's enough! Hoje eu estou exaurido, paralisado, dividido por um espaço e não alcanço mesmo os meus limites.
Se alguém percebe o meu sofrimento? Se alguém se compadece? Se alguém me defende? Se a minha família me deu suporte quando eu mais precisei? Não. It's just me against the world.
"E afinal o que quero é fé, é calma,
E não ter estas sensações confusas.
Deus que acabe com isto! Abra as eclusas —
E basta de comédias na minh'alma!"