sexta-feira, 15 de junho de 2012

O Tempo, Tal e Qual.

Acordei sabendo que o dia seria cheio. Sabia que tinha duas ou três coisas importantes a fazer, mas lembrei que ainda tinha mais sete ou oito enfadonhas tarefas a terminar. Passaram-se 10 minutos de olhos abertos e ainda não tinha decidido levantar. Sem motivo aparante, os minutos seguintes foram tentando entender porque deixei tantas pessoas para trás, o que de bom as experiências me trouxeram e o que de ruim deixaram impregnado. Quando dei por mim, já estava procrastinando e sabia que o dia seria uma merda se não me levantasse logo, mas resolvi permanecer olhando para o teto com olhos fixos em uma mancha na tintura. Apenas percebi que a mancha foi ocasionada pelo tempo, e pelo tempo sucederam as passagens boas ou ruins durante e depois da puberdade (até porque ainda é muito cedo pra usar o termo "a vida inteira" ou termo que faça alusão a longevidade). Tal e qual foram estas passagens que me deixaram maduro. Em seguida lembrei que 'maduro' só se usa para definir frutas, porque é o Abacate que fica maduro, nós homens continuamos amadurecendo, no gerúndio.

Mas voltando ao pensamento anterior - isso porque já faziam 30 minutos que eu protelava para sair da cama, lembrei da primeira pessoa que eu beijei, depois do primeiro amor que dava como certo para a 'vida inteira'. Brevemente me veio a lembrança do amargo desejo de vingança por não ter dado certo, mas veja só a pretensão em querer encontrar o amor da vida durante a puberdade, que asneira. Queria dizer-lhe que sinto muito, queria a todos os meus enganos dizer que sinto muito, que os queria bem, que talvez um ou outro eu tenha amado ainda que não tenha dito, ainda que me faltasse segurança para dizer. Acima disso, sinto muito ter-lhes deixado para trás, sem qualquer promessa de amizade, apesar de que alguns realmente fora um alívio me livrar, mas outros poderiam ter sido amizades engraçadas daquelas que você planeja viajar para ver lugares diferentes e pessoas inimagináveis. Mas agora aos 21, tanto faz. Deveria ter comprado uma guitarra acústica quando tive chance, ela seria minha melhor amiga e eu a amaria a cada nota, a cada nova sensação visitada.

Levantei, por fim. Tomei banho sabendo que além das burocracias do dia, precisava comprar um José Cuervo para compor as lembranças ao fim do dia. E na falta de um Whisky Natu Nobilis, sou eu quem me nego a ligar para um dos arrependimentos. Sendo assim, é tarde. E quando acordar na próxima manhã, desta vez vou direto ao banho.

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