quarta-feira, 29 de agosto de 2012

SMS

Hey, i don't wanna bother you, i know that you're upset. I just want to you know that I understand you and I want you be free to go and come, 'cause i know too that you just need some time on your own to pass this on. To think and breathe, so you gonna realize what is going on with you. I do like you, and you know that. I care about you, so i'll be patient. These characters don't express all we are passing through, and words don't mean nothing without actions. Sometimes we get crazy and we don't know why. Maybe because we're too young and we've been already hurt before. But this is a brand knew life for you, right here, beside me.

I think you're stubborn 'cept you're always softening. I say all the time that we only known each other about some weeks, and you say: "Looks like we known each other forever", because you're my same. Twelve hours together by day it's not too comfortable, too much feelings. But I guess we started something, and I'll be waiting for you, when you're ready. Now, we started say: "I like you, i adore you..." hoping can't say "love you" or just say kidding. Walking with each other and think we'll never match at all, but we do. We do. If not ready to share the feeling, buy me a ice cream and we'll be fine.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Breaking Up, 1997.

Então, são seis semanas e eu estou com saudade. Quer que eu repita? Eu estou com saudade. Se um de nós dois estivesse fora da cidade este sentimento teria mais validade, poderia até pedir uma segunda chance.
Se não há razões reais, concretas para estarmos juntos, então que sejam irreais, insensatas. É obrigação nossa ser feliz? Não vejo necessidade em te prometer ser cotidiano e convencional, já acho muito contemporâneo te dar companhia, conforto e um bom filme.

Nós queríamos ser felizes, não conseguimos. Então este é o fim. Não o nosso fim, mas do nosso sonho, juntos. Meu ódio não é de você. É de ficar esperando o telefone tocar. E se tocasse? Nem saberia o que dizer. Mas e se eu ligasse? "Oi. É que eu estou perto da sua casa, achei que deveria ligar antes, talvez você tenha companhia." Odiava ter que perguntar se estava tudo bem. Você pedia para conversar e eu detestava ter que discursar sobre cada coisa, sobre as suas crises existenciais de todos os dias. Nada é maior em um relacionamento problemático do que os menores detalhes.

Só me faz um favor, pelos bons tempos: não some! Não me faz acreditar que eu te fiz mal, que eu te sufoquei. Nós podíamos voltar para a cama sem medo e vontade de sair correndo para longe um do outro. De manhã tomaríamos café e leríamos as notícias, logo depois eu iria embora. Amor? Não, nem de longe. Isso era sexo, mas eu amava as suas qualidades e tenho medo de ter que amar as qualidades de um outro alguém. Nós éramos bons juntos. Agora não mais. Aliás, nós dois não fazemos bem um para o outro.

Ah meu Deus, eu te pedi em namoro! Mas eu percebi, temos alguma coisa. Contudo, nem nos amarrando será como antes. Estamos acabados, não temos mais chance, a menor chance. Então, vivemos como adolescentes: "será que me ama? não me ama?" Vamos logo acabar com esta pendenga. Se não der certo, você me trai e tenta a vida com outro. Seremos modernos. Ou você acha que eu não tentei terminar? Desde a primeira transa, porque já chega de me apegar.

Para de falar, deixa as coisas acontecerem. Acho muito interessante suas ponderações, mas me poupe da sua rigidez. Me beija incontrolavelmente e diz "sim" entre um suspiro e outro. Vamos sair pelas ruas e perguntar as pessoas o que fazer para dar certo, para não enjoar. Acha que tem livre-arbítrio? Tem controle sobre si e toma decisões? Segundo Marx, isso é só comportamento, a consciência é feita de necessidades.

O que quer que tenhamos feito, não era pra ser entendido, para ser interpretado. Deixe o juiz perguntar: "Aceita este homem sem a menor compreensão do que está fazendo, até que o divórcio, abandono de lar, egoísmo ou a morte os separe?" Aceito, aceito, aceito!

Agora para de dizer que sente muito, que lamenta. Quem lamenta sou eu, por ter te conhecido, por ter que te aturar, pela sua existência. Nós não somos adultos. Isso é comportamento de adulto? Talvez se não tivesse conhecido meus amigos. Deveríamos ter feito outras coisas, mas este é o problema, falamos demais e não construímos nada. Por que você tinha que ser tão difícil? Por que não me dá um minuto? Para um cigarro, um café, para pensar! Queria poder zangar-me, mas você já é tão frágil.

Lamento por ter te magoado, ter pressionado. Logo as pessoas vão parar de perguntar e eu pensarei menos em você. Daqui há um ano pensarei em te ligar pra saber se está tudo bem e ainda não saberei aonde foi que nos perdemos.

Ao cabo, encerro oportunamente com as palavras de Jorge Amado: "Agradecerei a quem me elucidar quando juntos chegarmos ao fim a moral da história. Se moral houver, do que duvido.".

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Senescência

Os tempos vão passando e tudo vai se multiplicando. Não é mais como cair da bicicleta com apenas uma rodinha como apoio e levantar choramingando e correr para os braços do meu pai. Não é mais como apostar quem sobe primeiro na mangueira do quintal com o meu irmão gêmeo. É como sorrir no espelho do banheiro e sentir um ar pueril, porque ele só mostra o rosto totalmente esticado e sem nenhuma ruga como testemunho da experiência, verdadeiramente um moço audaz. Daí no espelho grande é ver o tamanho das minhas pernas e perceber a minha péssima postura.

Certa vez com dez anos de idade, estava prestes a dormir, mas fiquei me perguntando o que aconteceria se eu não acordasse. Provavelmente nada. Papai e mamãe e meia dúzia de vizinhos curiosos iriam ao meu enterro pra marcar presença, tomar aquele café com bolachinhas e dizer que se importavam. Talvez hoje já alguns mais sentissem saudade e ficassem nos bares dizendo que eu era "tão bonzinho, não merecia isso". Ainda teria um fiel amigo para recitar algumas palavras de alento aos demais. Bom amigo, mas eu não teria lhe deixado nem sequer um vintém para compensar-lhe a amizade.

Já se foram duas décadas e um ano. Eu não sinto que fiz algo na vida ou pela vida, na minha ou na dos outros. Eu tinha medo de que as coisas ficassem estranhas e você se fosse, como os anos sem deixar rastros, se transformasse apenas numa infinita memória e eu tivesse que dizer aos meus amigos que foi mais um caso e que está tudo bem. Eles sabem que o príncipe encantado não chega mesmo, quantos homens me amaram bem mais e melhor que você. Foi bonita aquela festa só falando em inglês com os europeus e especialmente com a Adele, Jhon e Carl. Tomando um goró, causando calos nas minhas mãos porque já era  quase de manhã e a segunda vez que as baquetas soavam Rehab e você lindamente dormia no sofá.

Ainda bem que a minha memória é nítida, porque a beleza é vã. Tomara que demore muito pra eu ficar igual a minha avó, sendo levada ao banheiro e tratada com indiferença por simplesmente ter ficado velha.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Que falta faz a psicanálise.

Ontem pela manhã acordei tentando entender um curioso sonho que tive. Um sonho estranho, como qualquer outro porque sempre são coisas absurdas e inimagináveis quando acordado. O que mais me pôs a pensar foi que eu lembrava nitidamente de tudo que havia ocorrido enquanto inerte.

Acalma-se, eu vou contar como foi o sonho, mas antes preciso dar nota a alguns fatos. Quando eu cursei psicologia da Educação e depois psicologia da Aprendizagem na graduação, li bastante sobre psicologia clínica e psicanálise e por isso imediatamente lembrei dos estudos de Interpretação dos Sonhos de Freud. Você, fino leitor, vai tentar me lembrar que os sonhos tem totalmente a ver com a realidade observável ou dado momento factual do cotidiano. Sim, disso eu sei e também que estou lidando com quase déspotas esclarecidos portadores de alto conhecimento etc. O que me admira e consterna é a forma como se manifesta os sentimentos do consciente no inconsciente.

Bem, tendo levado estes fatos a consideração, o sonho ocorreu desta forma:
Sonhei que andava de madrugada cautelosamente com muito medo do escuro por um bosque com trilhas construídas com cimentoBuscava enxergar algo entre as árvores, mas não via nada. Lá pelas tantas, me apareceu um meigo veado (um cervo, seus engraçadinhos), com olhos muito doces e calmos que surgiu do nada, tipo um desenho idiota da Disney. Porém, quando ele chegou bem próximo a mim começou a morder ferozmente a minha perna. Eu não sentia a dor, mas era apavorante. Tentei expulsá-lo de perto de mim, mas não conseguia. Acabei me irritando muito e reagi, peguei ele pelo pescoço e torci até o matar. Fazia isso com muita fúria e angústia como quem desesperadamente deseja se livrar da situação. Porque muito provavelmente eu não queria matá-lo, queria matar a agonia e a dor que aquilo me  trazia. Em seguida acordei apavorado e dando graças a Deus por ter sido só um sonho. Mas você sabe, querido leitor, que é difícil aceitar um sonho tão nítido que deve ter total relação com sentimentos reais.

Durante o dia conversei informalmente com um amigo que está prestes a se formar em medicina e que é estudioso da psicanálise - e também fascinado por ela. Ele assustado, insistiu que eu deveria buscar um profissional e ir debater sobre o sonho. Respondi a ele que não via necessidade, já que o sonho nem sequer era recorrente e acho tudo um drama só da parte dele. Mas é nesta hora que emerge uma vontadezinha de ligar para àquela psicanalista que os meus pais me forçaram a visitar quando criança e torcer para que esta múmia centenária esteja viva, clinicando e interpretando sonhos feito uma vidente. Eu mesmo não me atrevo a interpretar nada, não tenho competência para isto. Mas sei que o sonho está ligado a pessoas próximas a mim, principalmente a frustração que elas me trouxeram ultimamente e como isso projeta a minha falta de coragem em confrontar meus medos, angustias, decepções e raivas.

Sem respostas, ainda intrigado, só tenho uma certeza: por via das dúvidas esta semana vou jogar veado no jogo do bicho!