segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Chamar o sapo de príncipe (O casamento)

Este fim de semana fui ao casamento de uma amiga. Foi tudo no mínimo interessante. Ela só tem 23 anos e acabou de se graduar. O esposo dela era da mesma turma da faculdade, mas eles nunca nem se olhavam. De repente, este ano começaram a criar maior afinidade, intimidade e veio a proposta. Ela, casta desde sempre, aceitou imediatamente. Pra mim esse aceite foi um bocado estranho porque eles se conheciam há muito tempo e nunca nem tinham se notado, então não podia ser amor at first sight. De qualquer forma, isso não é da minha ossada. Fato é que eles se apaixonaram perdidamente e agora estão casados.

Sábado a noite antes do início da cerimônia estávamos todos a esperar pela noiva, que sempre atrasa. O atraso rendeu horas conversando com os colegas da faculdade que ali se faziam presente, confesso que já estava bastante enfadado de ter que contar as minhas novidades e ouvir as novidades deles (meu lema é sempre estar bem e nunca ter novidades, pra evitar conversas extensas e improdutivas). Lá pelas tantas entra a noiva, parecendo uma bonequinha em um conto de fadas. Todos de pés, os professores da faculdade chorando, tirando foto e eu ainda achando tudo um infortúnio morrendo de vontade de ir embora. Mas com o começo da cerimônia, as promessas, a troca de alianças, o beijo de cinema, se espalhou uma onda de emoção que tocou a todos, uma vontade de planejar aquilo para mim, no futuro.

Lembrei que há pouco mais de um ano tinha planejado o mesmo com uma moça que conhecia desde os 15 anos, nós nos gostávamos e nem vale a pena dar detalhes porque a maioria dos posts desse blog foi sobre ela. Não preciso dizer que não deu em nada, não é? Ela foi morar em outro estado e lá se casou com outro, até aonde eu tenho notícia. E não estejas a rir-se. Pra quem não sabe, Freddie Mercury compôs a mais lembrada balada do Queen - Love of my Life, para uma mulher a quem dedicou amor, mesmo sendo gay. Hoje, novamente estou namorando. É um namoro como qualquer outro, com açúcar e afeto, ironia e histeria. Começamos há pouco tempo e temos a certeza de que vamos permanecer juntos, exceto quando brigamos e imediatamente dá vontade de dizer Adeus. Mas é normal, sempre acontece com todos os casais.

De fato, é muito difícil fazer qualquer relacionamento dar certo. O seu com o seu chefe. O seu com sua família. O seu com o cara da frente na fila do banco. É muito difícil. Porque os seres humanos por natureza são irritantes com seus orgulhos, desafetos, contendas, imaturidades, vinganças etc. Mas ninguém quer ficar sozinho. Porque quando eu chego em casa, o dia parece não ter valido a pena e nada parece estar pago. Só há um grande espaço na minha cama e não há paz se eu não escuto aquela voz. Então, quando tudo parecer que está quase perdido, que pode ser esquecido, que não é mais minha maçã, eu vou desistir de tentar fazer as coisas ficarem certas e elas que se resolvam. Eu não quero esse poder, toma ele pra você. Eu ainda sou muito jovem, só quero poder chamar o sapo de príncipe e achar que eu posso mesmo amar cegamente, loucamente. Já diria Olavo Bilac: "Como é bom poder enfim dizer o que nos enchia o coração.".

O casamento foi muito bonito, fiquei contente. O Buffet também estava impecável e eu só posso desejar os mesmo clichês de sempre, felicidade e prosperidade ao casal. Não acho pretensão querer ter sorte no jogo e no amor. Os homens deveriam mesmo ser mais próximos.

E quem quer ser certo como a chuva?

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