sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Penso, logo, talvez eu exista.

Sete bilhões de pessoas. A probabilidade de eu ser eu é sete bilhões para uma. Se esse raciocínio é lógico - e é, pela teoria da probabilidade, a ocorrência do fenômeno tende a diminuir ou distanciar-se do marco inicial. Então, se eu estou indo no caminho certo, se eu aprendi com alguns erros, talvez dessa vez eu cometa menos as mesmas atitudes e distancie os fenômenos ruins, talvez agora seja melhor. Porque eu não tenho mais medo. Não como da última vez ou da vez anterior.

However, se eu falo, imediatamente você argumenta e eu refuto sua argumentação, você já diminui mais ainda sua oportunidade de provar a existência, a confirmação do ser por si mesmo. Daí então eu já te tiro do jogo, te tiro de cena. Depois da vírgula, você já aumentou os zeros, já quase não existe para a realidade, ou simplesmente para mim.

Já fui muito pior. Bem mais astuto, mas usava isso para interesse próprio e então, eliminava a existência de um ou de outra, eliminava a existência. Tirava a parte boa da maçã e o resto virava refugo. Sentado no chão, admirando os quadros que coleciono, separo tudo o que merece voltar para o meu baú; todos os neurônios que precisam de um sopro para me trazer de volta a realidade. Volta Descartes para o baú, o que ele sabia era apenas hipérbole. Não posso usar o pensamento dele, expressaria apenas a minha realidade.

Falta apenas mais uma pá de terra para eu enterrar isso tudo.

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