quinta-feira, 12 de abril de 2018

Tá certo então.

- Outro dia. Hoje eu não queria ir, mas fui assim mesmo, aí me acontece isso. Tentei ligar, falei com a mulher e o senhor, bati na porta, bati na janela, fiquei lá batendo e nada. Cogitamos de nos ver em outra ocasião.
- Foi um desencontro. Eu tava com o celular do meu lado o tempo todo, você não pode só me culpar.
- Não te culpo, nada disso foi tua culpa. Só tô falando o que aconteceu, porque eu fiquei bem chateado. Já estou bem. Só não quero marcar nada agora.
- Deu viagem perdida. Mas isso que é gostar de alguém. Insistir. E se tem uma coisa que eu odeio nessa nossa relação é te encontrar só de tempos em tempos. Muito chato isso. A gente não se vê desde janeiro. E hoje só nos veríamos porque eu pedi. Você, de fato, nunca está disposto.
- Mas eu fui, você tomou uma atitude e eu segui em frente, mas já sabemos como foi o fim. Não vamos nos martirizar. Desculpe-me se fui rude ou algo assim, algo que eu tenho aprendida no curso é que eu tenho que entender o lado da pessoa, entender de verdade. Fiquei chateado, com raiva, mas depois que passou pude compreender.
- O que me decepciona é que eu gosto de ti, e você diz que gosta de mim. Daí fica nesse empate, zero a zero. Quando eu te dou espaço você vem atrás de mim, quando acho que realmente estamos com a mesma linha de pensamento eu te dou atenção, daí você me trata de novo com essa atitude do "deixa pra quando eu tiver vontade". Isso é egoísta. Eu não tô aqui pra satisfazer sua vontade. Ou é recíproco ou não é. Simples assim. Preto no branco. Equação lógica. Claramente nós não estamos na mesma página. Porque eu faria o esforço de te ver quantas vezes fossem necessárias. E veja a vida atribulada que tenho. Mas você não. Você não se consome.
- Realmente, agora eu vi que não tava me colocando mesmo no seu lugar. Desde que nos conhecemos pra cá eu mudei, antes era uma satisfação, mas vi que poderia ser algo a mais, só que eu não conseguia ir pra frente. Então, eu parei de só ficar com você por prazer e nós continuamos conversando desde janeiro, por três meses, não nos vemos, mas não cortamos relação eu eu até arrisco dizer que estamos mais próximos agora do que antes.
- Pois é. E toda vez que tu te desfaz de mim, toda vez que diz que "quando der" mata em mim um pouco daquilo que eu sinto por ti. Eu acho que eu me encantei por aquilo que eu inventei de você. Sempre que você deixa as coisas indefinidas eu duvido do que você sente. Isso me afasta. Como você gosta de alguém e faz esforço mínimo pra vê-lo? Isso não existe. Tá aí Caetano dando o papo "quando a gente gosta é claro que a gente cuida".
- Acho que o problema não é gostar e sim a forma que cada um gosta. Gosto de você, como um amigo, alguém que eu tenho bastante carinho, confiança e que eu respeito pelo seu potencial. É assim que eu gosto.
- Ok. Boa noite.
- Vou pensar em tudo o que falamos, eu realmente não estou agindo de um forma saudável.
- Mas tá certo então. Boa noite. Você não entende como funciona a palavra gostar. Te falta experiência nesse jogo. Você não entende o que essa palavra cria nas pessoas. Cria laço, o primeiro tiro de esperança pelo companheirismo. Se a outra pessoa também se importa com você ela espera que o gostar venha acompanhado de demonstrar. E não importa o que você acha que está fazendo, importa como a pessoa recebe, como ela vê as suas atitudes. Não seja egocêntrico. É por que você não tinha a intenção? Ou por que você não sente?  Eu odeio isso. Isso de a gente agir de maneira normal, nada está normal. Não, não diga que você vai pensar sobre o que nós conversamos. Como se solitário você chegasse ao bom senso. Não me prometa mais nada. Aliás, boa noite.

Ps: Just friends. Yeah, no shit! I've been denying myself. Apparently I'm good on that.

Nenhum comentário: